Condenação de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pelo assassinato de Marielle Franco marca nova fase nas investigações

Data:

Compartilhar:

Os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, crimes que ocorreram em 14 de março de 2018. Lessa recebeu uma pena de 78 anos, nove meses e 30 dias de prisão, enquanto Queiroz foi condenado a 59 anos e oito meses. O júri considerou os réus culpados de duplo homicídio triplamente qualificado — motivado por crueldade, emboscada e a intenção de dificultar a defesa da vítima —, tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora de Marielle, e receptação do veículo usado no crime. Ambos estão presos desde março de 2019 e fecharam acordos de delação premiada.

As investigações apontam que os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão são acusados de serem os mandantes dos crimes. Chiquinho Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e Domingos é deputado federal; ambos estão presos, assim como o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil, acusado de interferir nas investigações. Além deles, o processo envolve o ex-policial Robson Calixto, que teria descartado a arma do crime, e o major Ronald Paulo Alves Pereira, acusado de monitorar Marielle antes do assassinato.

Durante o julgamento, o Ministério Público do Rio de Janeiro destacou que Lessa começou a planejar o crime no ano anterior, realizando buscas sobre a arma usada e monitorando a vida de Marielle. Apesar do acordo de delação, os promotores destacaram que ambos devem permanecer na prisão por longo tempo. Na visão da defensora pública Daniele Silva, o crime foi motivado por fatores raciais e sociais, ressaltando que Marielle, uma mulher negra, havia desafiado estruturas de poder.

A defesa de Lessa argumentou que a condenação seria difícil sem sua confissão, mas pediu que fosse limitada à sua culpabilidade, negando motivações políticas. Já a defesa de Queiroz afirmou que ele desconhecia Marielle e que não tinha motivos pessoais para matá-la. No entanto, o Ministério Público reforçou a necessidade da condenação, que foi confirmada após o direito de réplica das defesas e do MP.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Veja também

Mercado imobiliário de Umuarama dá sinais de reaquecimento e anima investidores

Construtoras, imobiliárias e investidores locais apontam um novo ciclo de crescimento Após um período de instabilidade política e jurídica,...

De Antonina a Umuarama: moradores de 39 cidades ganham R$ 1 mil do Nota Paraná

Ao todo, 100 consumidores que solicitaram CPF em suas notas fiscais receberam esses prêmios, reforçando a importância da...

Oportunidades em todo o Paraná: semana começa com 22,9 mil vagas de empregos

As funções com maior número de oportunidades nesta semana são alimentador de linha de produção, com 6.005 vagas...

Hotel de Foz do Iguaçu é apontado como o melhor do Brasil em lista internacional

Na publicação “Top 1000 Hotels 2025”, do guia La Liste, originário da França, aparecem oito representantes brasileiros no...